Flauta Transversa Com Christian Yunnes 5d4o6r

"Poder expressar-se através de um instrumento de sopro é simplesmente dar vida aos pensamentos da alma". A flauta transversa é um instrumento simples, porém, bastante peculiar. Simples pelo fato de ter uma construção e sistema de digitação das chaves um tanto quanto descomplicado. A coluna de ar adentra o tubo e vai preenchendo o espaço interno. Quanto maior o comprimento do tubo, mais grave a fundamental do som emitido pelo instrumento. Isto é física pura e simples. Peculiar por se tratar do único instrumento de embocadura livre, ou seja, não dispõe de nenhum recurso que conduza o ar para dentro. Não dispõe de palhetas simples ou duplas, nem mesmo qualquer tipo de bocal. Essa é a maior dificuldade no aprendizado da flauta transversa. O executante necessita desenvolver embocadura, capacidade respiratória, enfim, uma técnica bastante complexa. Como todo instrumento musical, a flauta requer dedicação e técnica. Somente com técnica é possível controlar a coluna de ar através de músculos como o diafragma e os intercostais, assim como atingir um estado de relaxamento que propicie maior aproveitamento do ar para controle do timbre e da afinação. Por se tratar de um instrumento dito como "harmonicamente pobre", a flauta a a impressão de um som puro e limpo. Explicando melhor: a fundamental da freqüência emitida pelo instrumento, não gera muitos harmônicos. Isso possibilita utilizar quase que a mesma digitação de chaves para, pelo menos, duas das mais de três oitavas que dispõe o instrumento. FLAUTA TRANSVERSA UM INSTRUMENTO DOS HOMENS DAS CAVERNAS Historicamente, a flauta transversa acompanha o homem desde os primórdios. Já foram encontrados fósseis de flautas que apresentavam o mesmo sistema de embocadura livre, em cavernas que abrigavam colônias de homens bastante primitivos. Eram feitas a partir de ossos de animais, tais como a tíbia da rena, por exemplo. Como a música ocidental tende a estudar os instrumentos a partir do período barroco, considera-se que as primeiras flautas constam dessa época. Então, pode-se dizer que as "primeiras flautas" eram totalmente feitas de madeira, sem nem mesmo a utilização de chaves de metal para vedar os orifícios. Com o rebuscar da interpretação e composição musical, tornou-se necessário adotar um sistema de chaves que, pouco a pouco, foram tomando conta de todo o corpo do instrumento. O som emitido por uma flauta nessas condições é tido como "aveludado", porém, bastante pequeno em amplitude sonora ou volume. A utilização estava restrita à música de câmara. Já no período clássico, no advento das grandes orquestras sinfônicas, foi preciso aprimorar a construção do instrumento. Intensidade sonora, timbre, afinação e velocidade de manuseio das chaves, se tornaram exigência para os virtuoses da época. Seja nas fileiras de naipes das orquestras ou mesmo como concertistas, os flautistas necessitavam de nova tecnologia no instrumento. A solução foi construir o corpo da flauta com matéria prima que permitisse mais projeção, brilho e volume de som: adotou-se o metal. Primeiramente a cabeça, ou bocal. Mais tarde o corpo inteiro. Até mesmo o sistema de digitação foi aprimorado, por volta de 1830, por Theobald Boheme. Hoje, a família das flautas transversa é composta por pelo menos quatro membros: 1) a flauta de concerto, mais comum, que compreende do Dó3 ao Dó6, basicamente; 2)a flauta piccolo ou flautim, que soa exatamente uma oitava acima da flauta de concerto e é o menor e mais agudo instrumento da orquestra; 3) a flauta em Sol, que já é mais grave que a de concerto e compreende escalas a partir do Sol2; 4) a flauta baixo, que soa exatamente uma oitava abaixo da flauta de concerto. Vale citar que o músico pode tocar todas essas flautas utilizando apenas a leitura em clave de sol. Fica a cargo do compositor imaginar a variação de oitavas que o instrumento transpõe. CHRISTIAN YUNNES COMEÇA ESTUDOS DE FLAUTA AOS 15 ANOS Aos 15 anos Christian Yunnes iniciou os estudos de flauta na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP. Concluiu o curso intermediário de instrumento e teoria musical em quatro anos (o tempo médio de duração desse curso é de sete anos). Logo ingressou no curso superior de instrumento (bacharelado em flauta transversa), também na EMBAP. Assim que terminou o curso superior, fez especialização em música de câmara. Fez ainda um curso técnico pela AUDIOWIZARDS para tocar o próprio estúdio. "CARINHOSO" A PEÇA DEMONSTRAÇÃO PARA FLAUA TRANSVERSA A peça que interpreta é de autoria de "Pixinguinha", cujo nome de batismo é Alfredo da Rocha Viana Filho. Trata-se de um choro-canção, cuja música foi escrita pelo próprio Pixinguinha. mais tarde, João de Barro adaptou uma letra tão bem elaborada, que dá impressão de que sempre esteve atrelada à melodia. A música só foi lançada em 1929 (embora já estivesse pronta desde 1917), num lado B de um disco de 78 rotações (geralmente a música do lado B era "contrapeso" ao sucesso que se pretendia com o lado A). Foi feita a primeira gravação da melodia com a letra de João de Barro, em 1937, por Orlando Silva. A gravadora Victor informava no selo do disco que se tratava de um "samba estilizado". Pixinguinha nasceu em abril de 1897. O Pai também era um flautista que costumava reunir amigos músicos para as rodas de choro em casa. Vivendo nesse ambiente musical, Pixinguinha tornou-se músico profissional aos 15 anos. Foi quando entrou para a Orquestra do Cine-Teatro Rio Branco. Ali foi transformado em um dos principais solistas e arranjadores da época. Pixinguinha morreu de enfarto, no dia 17 de fevereiro de 1973. 591827